O estado de graça dos habituais 100 dias é encurtado para um Estado de Acção de 60.
Tudo isto tem dias:
Há assuntos que regressam, com estrondo, ao lead de notícias nacional.
A Presidente da Transparência Internacional, Margarida Mano, com um mandato que se prevê excepcional, anunciou um Observatório do cumprimento das promessas eleitorais (pré anuncia-se muito trabalho e a inversão da noção de que a política é a única faceta humana em que a não verdade é tolerada).
O Governo toma posse com várias promessas com tempos fixados: a promessa de um diálogo alargado acerca do combate à corrupção e a promessa de, em 60 dias, revolucionar a Saúde, o SNS, a promessa de olhar para diversos sectores como a Educação e como, digamos assim, as Polícias entre o Ministério da Justiça e o da Administração Interna.
O estado de graça dos habituais 100 dias é encurtado para um Estado de Acção de 60.
Será agora o tempo de reler e de escrutinar os escritos feitos antes do aceitar de responsabilidades e de relembrar a Shakespeareana frase acerca da escravidão das palavras e da propriedade dos silêncios.
Podíamos, portanto, olhar para diversos sectores com responsabilidades partilhadas por todos nós… a educação, a justiça, a administração interna e a saúde.
O SNS, o acrónimo, é dúplice e é motivo de permanentes dúvidas. É Serviço Nacional de Saúde e Sistema Nacional de Saúde.
(…)
Veremos o que acontece nestes 60 dias. O que acontece e como se revolucionará o SNS – no caso, o Sistema Nacional de Saúde. Mas para ter aqui chegado assim, para ter sobrevivido durante 50 anos o SNS – o Serviço Nacional de Saúde, tem de ter sido uma extraordinária construção, também de Abril, que sobreviveu a todos os comportamentos que, mais do que corruptivos, foram dilacerativos de algo único e extraordinário.
Obrigado António Arnaut, Gonçalves Ferreira, Albino Aroso, Mário Mendes, e tantos outros.